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domingo, 26 de maio de 2013

História e partes da sela

                               A  Sela


 

Conheça as partes da sela:

Assento – onde o cavaleiro se apoia no cavalo. Não deve ser macio, mas sim anatômico.

Cabeça – parte posterior do assento, onde se fixa o pito

Pito – barra de ferro presa à armação que serve de base para as cordas e ponto de apoio dos cavaleiros

Suadouro – localizada na parte inferior da sela, é a parte que tem contato direto com o animal.

Para-lama – cobre o loro desde a armação até o estribo

Loro – tira de couro ou nylon, regulável, que prende o estribo à sela.

Estribo – apoio dos pés do cavaleiro que pode ser de madeira ou metal.

Látego – parte do suadouro que sustenta a barrigueira

Barrigueira – presa ã sela pelo látego, é uma alça que envolve o dorso do cavalo, fixando a sela sobre o animal. As barrigueiras traseiras também são chamadas de batedeiras ou barrigueiras de encosto.

Argolas – feitas de metal, servem para fixar barrigueiras e peiteiras.

                                                          História


O que antigamente não passava de um pedaço de pano, hoje são verdadeiras obras de arte, construídas com muita técnica. Ao contrário do que a maioria pensa, as selas são responsáveis pelo estreitamento da relação milenar entre o homem e o cavalo. No início, o homem montava a pêlo, depois passou a usar panos e fibras vegetais. As primeiras selas em couro datam do século 3 aC até o século 1 da era cristã. Surgidas nas sociedades das estepes asiáticas, elas visavam oferecer um conforto e segurança maior durante as guerras. E foi exatamente por causa das guerras que a sela se desenvolveu na Europa medieval, tornando-se o parente distante das selas de hoje. Diferentemente das selas inglesas que são usadas em esportes hípicos e lazer, as selas americanas (western) são usadas para trabalho e para esporte, devido a habilidade nata do americano para a combinação dos dois. Fabricadas no Brasil a cerca de apenas 20 anos, elas seguem rigorosamente a escola norte americana. Demoram pelo menos 40 horas para serem concluídas, por ser um trabalho minucioso e manual. Sua armação, que pode variar desde a madeira ao plástico injetado, é o verdadeiro chassi de uma sela. Os mais procurados são os de plástico injetado, por não deformarem devido a umidade. Infelizmente cada dia menos acessíveis devido a desvalorização do real perante o dólar. O couro deve ser de boi, já que o mesmo é 30% mais leve que o de búfalo, por exemplo, e mais resistente já que suas fibras são mais justas.

Achar couros de boi com no mínimo 0,5 cm de espessura é outro desafio, pois poucos são os curtumes que curtem o couro em extrato vegetal. Além do mais, geralmente o couro vem com defeitos devido a bicheiras e outro parasitas que infectaram o boi em vida.

Os tipos de selas

Apartação- Pesando cerca de 18 kg, possuem o assento mais reto, e raso, com a cabeça e o pito mais alto, para maior mobilidade do cavaleiro e segurança nas manobras. São também, mais estreitas, para um maior contato entre o cavaleiro e o animal.

Rédeas – Pesando em média 16 kg, elas têm detalhes bem mais específicos e são consideradas as mais técnicas entre as selas de trabalho. Sua armação é exclusivamente de madeira, seu assento é reto e raso, e sua cabeça e pito mais baixos para permitir que as mão do cavaleiro fiquem o mais baixo possível. Também devem Ter para-lamas mais estreitos, que quase não cobrem a lateral do dorso do animal, permitindo uma maior sensibilidade.

Elas devem ser feitas sob medida, de acordo com cada cavaleiro.

Laço – Ao contrário das selas de rédeas, esta sela está entre as mais pesadas, podendo chegar a 20 kg. Isso se deve ao fato da modalidade exigir maior resistência do equipamento, pois ele sustenta as cordas que seguram o bezerro.

Com um suadouro ligeiramente maior, para uma maior apoio do cavaleiro na laçada, elas diferem um pouco, de acordo com a modalidade praticada. As selas de Calf Roping (Laço Bezerro) têm que ter o assento raso e a cabeça mais baixa, para facilitar a descida do cavalo na hora da prova. Os estribos geralmente são mais pesados, para não enroscarem no pé e atrapalharem o atleta.

Já a selas de Team Roping (Laço em Dupla) têm o pito mais alto, para facilitar a amarração da corda e o assento mais fundo, para dar maior firmeza ao cavaleiro, que não precisa descer do cavalo após laçar o bezerro.

Em ambas as modalidades, deve-se usar as duas barrigueiras apertadas, pois o tranco no pito pode fazer a sela rodar e ferir a cernelha do cavalo.

Tambor – a mais leve de todas as selas, pesando entre 10 e 12 kg, ela apresenta tamanho reduzido, cabeça arredondada, pito baixo e inclinado para frente, e assento adiantado, com a parte de trás mais alta. Esses detalhes proporcionam maior encaixe do cavaleiro, maior segurança nas curvas e a mobilidade das pernas. Os estribos e lóros têm de ser resistentes para suportarem o peso dos cavaleiros.<

Bulldogging – o detalhe dos estribos e lóros também valem para as selas desta modalidade. Assim como nas selas de Calf Roping, os estribos também devem ser pesados, para facilitar as saída dos pés do cavaleiro na descida do bezerro. Outro fator que ajuda nas descidas é o fato de que devem ser baixos a cabeça e a parte traseira do assento, que é raso e reto. O mesmo deve ser liso, não pode possuir arremates, costuras ou decorações, pois podem atrapalhar que o cavaleiro deslize por cima dele, assim como a espora.

O pito baixo e pouco inclinado oferece maior encaixe para a mão do cavaleiro na hora da descida.


domingo, 5 de maio de 2013

Reprodução

                                 Reprodução

O  manejo reprodutivo e imprescindível para o sucesso da eficiência dos diferentes sistemas de criação equestres.
Para se obter bons índices reprodutivos nos mais diferentes criatórios são necessários conhecimentos interdisciplinares, que envolvem: fisiologia, nutrição e manejo.
Tal visão é indispensável a técnicos, estudantes de medina veterinária e outras áreas e criadores envolvidos no cenário atual da equideocultura, que busca, cada vez mais, profissionais capacitados e com uma visão critica e abrangente de todo sistema de criação.

Possuir instinto reprodutivo não significa boas capacidades de reprodução de um equino. Próximos dos 18 meses de idade, um cavalo já pode se reprodutivo contudo, a reprodução de animais jovens não é recomendada porque a égua, fecundada na fase de crescimento – até os 30 meses – retira o alimento para a constituição do feto do próprio organismo e, consequentemente, atrapalha o seu desenvolvimento.
Nos equídeos, em geral, recomenda-se que os machos inicie sua vida reprodutiva aos 3 anos e as fêmeas entre 3 a 5 anos, variação devido a fatores do meio, em especial, a alimentação.
Na fêmea equina, o cio provoca modificações de ordem particular e em geral, nos órgãos genitais notam-se a congestão e o edema do ovário e das mucosas do oviduto, do útero, da vagina e da vulva. O colo do útero relaxa, deixando escapar um muco, ás vezes estriado, de sangue, que escorre pela vagina e pela vulva, do qual se desprende um odor característico que atrai e excita o macho. A fêmea torna-se inquieta, nervosa, coceguenta e mesmo intratável, com os olhos brilhantes e a cauda levantada. Relincha, talvez procurando o macho, perde o apetite, podendo ficar meio desbarrigada, urina com mais frequência, emite pequenos jatos de urina e movimenta o clítoris.
O adulto macho pode realizar até duas montas durante um dia, aconselhando uma pela manhã e outra a tarde, respeitando sempre um dieta rica, especialmente, em proteína. Durante um ano, o garanhão pode cobrir de 50 a 80 fêmeas, quando na monta dirigida, e de 20 a 40 quando for monta de campo.
 
reprodução gera novos descendentes ampliando o rebanho. Não existem dúvidas a respeito da importância do manejo reprodutivo na eficiência e sucesso dos diferentes sistemas de criação equestres, permitindo a melhoria do potencial de produção quando os cruzamentos são bem conduzidos.
Para se obter bons índices reprodutivos é preciso se ter conhecimentos amplos nas áreas de fisiologia controlando as funções mecânicas, físicas e bioquímicas de forma a conhecer todo o mecanismo de funcionamento do organismo do animal; nutrição fazendo o uso de alimentos que melhor assimilam nutrientes; e manejo apropriado a cada animal ou sistema de criação.
Cabe a todos os envolvidos com a criação e reprodução dos equinos, buscar conhecimentos e profissionais capacitados que auxiliaram na boa condutividade do sistema, alcançando o sucesso no processo produtivo.
Todas as éguas, destinadas à reprodução, devem passar por uma preparação específica para sua época reprodutiva, a fim de evitar problemas como abortos, perdas embrionárias e falhas de concepção.
Conhecer o aparelho reprodutor feminino equino, o ciclo reprodutivo, o momento para a cobertura e os detalhes da reprodução assistida, previne desagrados aos criadores e produtores.
A constituição do aparelho reprodutor da égua conta com os seguintes órgãos: ovários, oviductos ou trompas de Falópio, útero, cérvix, vagina e vulva. Vejamos a descrição e a função desses órgãos:
Ovários: neles se desenvolvem os folículos e vesículas, que abrigam os óvulos em desenvolvimento, até atingirem a maturação e ser liberados, processo conhecido como ovulação;
Oviducto: o óvulo liberado é transportado até o Oviducto pelo infundíbulo, para ser ou não fertilizado;
Útero: caso o óvulo seja fecundado, tornando-se um embrião, ele é alojado no útero, responsável por abrigá-lo durante todo o desenvolvimento do poldro;
Cérvix: tem a função de barreira entre o útero e a vagina, encontrando-se aberto na época do cio e fechado nas fases não receptiva e gestação;
Vagina e vulva: Funcionam como barreiras físicas, evitando a infecção por microrganismos.
O ciclo reprodutivo da égua conta com dois momentos: época reprodutiva, quando a égua tem vários ciclos, e época não reprodutiva.
A época não reprodutiva ou anestro ocorre no fim do Inverno e Verão. O ciclo reprodutivo, durante a Primavera e Verão.
O ciclo dura em média, 21 a 23 dias, com duas fases, a de Estro (cio) e a Diestro. A fase de cio é quando a égua está receptiva ao garanhão, durando de 5 a 7 dias, com a possibilidade de prenhes. Na fase de diestro, durando aproximadamente de 12 a 14 dias, quando a égua não está receptiva ao garanhão, fase em que o folículo deixa de existir, transformando-se em um corpo lúteo, que tem a função de produzir progesterona.
O momento da égua ser coberta deve ser o mais próximo da ovulação, sendo de suma importância saber quando a fêmea vai ovular, necessitando de um acompanhamento ecográfico. Se não for possível a identificação do momento ideal para a cobertura, esta deve ocorrer em intervalos de 48 horas, alternando os dias, após o início do cio, até quando há a rejeição do macho.
O acompanhamento por ecografia é recomendado tanto na concepção natural, quanto na inseminação artificial, sendo nesta última, uma necessidade absoluta.
Todos os cuidados, desde os exames reprodutivos de rotina, até o momento pós-parto da égua, são conhecidos como reprodução assistida, que deve contar com o acompanhamento do médico veterinário durante toda a época reprodutiva.
O exame de rotina deve ser uma avaliação física e clínica completa, identificando possíveis problemas físicos que possam vir a interferir na cobertura e gestação.
O histórico reprodutivo deve conter dados como a época de cobertura e as vezes em que ocorreu, se a égua já ficou gestante quando coberta, se já teve potros, como foram os filhotes, examinar os momentos anteriores de cobertura, dentre outros pontos, fundamentais para o planejamento correto da gestão equina. Necessário também conhecer sobre a fertilidade do macho garanhão, independente de cobrição por inseminação artificial ou cobertura natural.
Todo histórico reprodutivo deve estar disponível antes do início da época reprodutiva, permitindo, caso haja necessidade, agir com antecedência, evitando transtornos gestativos.
Mesmo com estes cuidados, a égua pode não ficar gestante ou não levar a gestação ao fim. Os problemas podem ser devidos a anormalidades orgânicas, tanto na égua, quanto no garanhão. As éguas já nascem com todos seus óvulos, portanto, um animal mais velho pode sofrer alterações ovulares, não caracterizando, necessariamente, problemas com os ovários e útero, por exemplo. Já o garanhão deve ser bastante fértil, independente da cobrição, contudo, as taxas conceptivas, por sêmen congelado, é menor.
A taxa de concepção das reprodutoras é o foco principal quando se trata dereprodução. Faz-se a temporada de monta e seu resultado acontece no ano seguinte, ao nascer o potro, sinal de real aproveitamento reprodutivo. O que vai determinar o sucesso é o manejo adequado.
Tipo de alimentação da égua, seu estado geral, a idade, a condição reprodutiva (se vazia, virgem ou parida) tudo isto são fatores que, diretamente, influenciam e determinam a eficiência reprodutiva. A presença de infecções pode ser muito prejudicial nessa fase.
O ideal é que as éguas virgens cheguem ao haras três meses antes da temporada de monta para que possam se adaptar e não sofrer nenhuma perda de estado corporal.
Os lotes deverão ser formados de forma heterogênea, misturando-se as virgens com as vazias. Deve ser fornecido um teor de Proteína Bruta, de, no máximo,12%, 1,2% de Cálcio e mínimo de 0,5% de Fósforo.
Dois meses após a estação de monta, as éguas vazias deverão ser examinadas ginecologicamente. É muito importante manter em dia, dentro da rotina do próprio haras, a vacinação e a vermifugação. Deve-se imunizar os animais contra a Rinopneumonite e Leptospirose, principalmente.
O aparelho reprodutivo das éguas deverá estar em perfeito estado, e essa avaliação poderá ser realizada através de uma ultrassonografia, citologia, exame bacterioscópico e biópsia. Isso poderá detectar infecções ou alterações crônicas no útero.
Normalmente, as mortes embrionárias, cerca de 30%, são causadas pela pneumovagina (entrada de ar pela vagina), fenômeno que poderá levar esse órgão à contaminação, o que pode ser corrigido cirurgicamente.
O ciclo de reprodução desses animais pode ser afetado pela sazonalidade, isto é, pela influência da mudança nas estações do ano. Por exemplo, se a luz diminui, nas estações frias, o ciclo torna-se irregular, ou, até mesmo, ausente.
Utilizam-se programas de luz para estimular o ciclo nas éguas. Como regra, ocorre a primeira ovulação de 60 a 90 dias após o início da luz artificial. Este programa deverá complementar 18 horas de luz diárias, necessárias para que as éguas ciclem no período desejado.
O uso de hormônios, como a progesterona, também é um recurso a ser utilizado, numa fase denominada de transição, onde os cios se tornam longos. Esse procedimento pode encurtar os cios, estimulando a ovulação.
A profilaxia é a melhor atitude a ser tomada em relação ao manejo reprodutivo nos equinos. Um programa de vacinação correto de um plantel evitará surtos infecciosos e consequentes abortos, o uso de imunoestimulantes uterinos pode evitar, não só endometrites inconvenientes, como também algumas placentites e a manutenção do feto no interior do útero, garantindo uma prenhez saudável e sem atropelos.
médico veterinário Bruno F. Bonin apresenta abaixo algumas recomendações para que os proprietários e profissionais do cavalo Quarto de Milha tenha uma excelente temporada de monta.
O garanhão, antes de começar a estação de monta, deve ter seu sêmen coletado e avaliado por um médico veterinário, que, com poucos testes feitos em laboratório, pode prevenir muitos problemas com o seu reprodutor. Por exemplo, garanhões com boa fertilidade em monta natural, pode apresentar perda da qualidade do sêmen ao ser refrigerado ou transportado. O sêmen para ser comercializado deve cumprir alguns passos no momento que é coletado
Após boa higienização do pênis do animal e coleta, deve ser feita a avaliação deste ejaculado e diluí-lo com o extensor de sêmen, que é um meio cuja composição possui ingredientes que melhoram a qualidade dos espermatozoides. Esse procedimento permite que o sêmen esteja apto a ser transportado e suportar a refrigeração.
 A indicação é testar a qualidade do sêmen de cada cavalo com determinado extensor para verificar qual destes meios ele se adapta melhor. Um equipamento de boa qualidade como microscópio e placa aquecedora devem ser utilizados por um profissional capacitado para a verificação da porcentagem e motilidade progressiva do sêmen do garanhão após sua coleta, além da contagem deles.
Para garantir a qualidade no envio de doses esses dados são muito importantes. Para a comercialização do sêmen, é recomendado o envio de uma dose de 1 bilhão de espermatozoides viáveis por égua inseminada, dose com alta probabilidade de prenhez, desde que a égua esteja próxima da ovulação. Os materiais para manipulação e embalagem do sêmen, como seringas, sacos plásticos, etiquetas e extensores devem ser de excelente qualidade, assim como a caixa de transporte, optando pelo Equi-tainer ou isopores comerciais próprios para transporte de sêmen equino.
Para a realização da inseminação artificial a diluição do sêmen equino varia de 2:1 a 9:1 (extensor: sêmen). Essas diluições devem ser observadas pelo médico veterinário responsável pelo garanhão, respeitando a concentração de 25 a 50 milhões de espermatozoides por ml, com um volume total variando de 15 a 50 ml por dose, para que a qualidade do sêmen seja mantida mesmo quando refrigerado e transportado por 24 a 48 horas.
O garanhão utilizado comercialmente durante a estação de monta não deve ser utilizado para a rufiação de éguas. De acordo com Bruno estudos mostraram que garanhões submetidos à rufiação apre­sentam em seu ejaculado um aumento do volume do fluido seminal em até 100%, com diminuição na concentração total, chegando a perder até 1 bilhão de espermatozoides por ejaculado, o que não é favorável.
O médico veterinário e proprietário devem pré-determinar a rotina de coleta dos garanhões, respeitando o número de coletas por dia e sempre dar um dia de descanso para o animal. Este calendário deve ser informado a todos profissionais e proprietários que possuem cotas ou compraram coberturas deste animal, favorecendo assim a programação do manejo reprodutivo das reprodutoras que serão cobertas por ele.
Antes da estação de monta a recomendação para os proprietários das reprodutoras é que elas sejam examinadas por um médico veterinário que faça uma avaliação e programação de coberturas para suas éguas mais férteis, que são as maiores candidatas à inseminação artificial com sêmen refrigerado. É fundamental que essas reprodutoras estejam com boas condições corporais, com uma alimentação de qualidade, nutrindo-se à base de concentrado, pasto próprio para alimentação de equinos, água e sal mineral.
Como as éguas com idade superior a 16 anos são menos férteis que as mais jovens, estas podem ser enviadas para o garanhão e cobertas com sêmen a fresco, aumentando a taxa de prenhez.  Para aumentar a eficiência reprodutiva os proprietários devem ter conhecimento da necessidade de um maior manejo na propriedade e gastos com medicamentos e assistência especializada.
As reprodu­toras devem ser acompanhadas regularmente com a rufiação ou palpação retal com auxílio do ultrassom, quando utilizar sêmen refrigerado e transportado, para determinar o momento da inseminação horas antes da ovulação da égua.
Principalmente para os animais de corrida uma dica importante é o fornecimento de luz artificial para as reprodutoras doadoras de embrião ou vazias, pois ao estimular as éguas com 14 a 16 horas de luz/dia, contando a luz solar, estimula um ciclo repro­dutivo mais cedo, podendo cobri-la em agosto.
Antes da inseminação as doses de sêmen recebidas na propriedade devem ser analisadas para determinar a qualidade do sêmen que vai ser utilizado. Essa dose deve ser solicitada com antecedência no local que se encontra o garanhão.
O momento de maior índice de prenhez na inseminação artificial é de 12 horas até seis horas antes da ovulação. Lembrem-se de que não adianta uma boa dose de sêmen, uma boa técnica de inseminação, se a égua não estiver próxima à ovulação. Quando se trata de éguas mais velhas e subférteis, o tempo de inseminação e ovulação é o período mais crítico, deve-se trabalhar para que uma única inseminação poucas horas antes da ovulação seja feita. Isso vale também para sêmen com baixa qualidade em éguas férteis.
Na espécie equina o uso da inseminação artificial com sêmen refrigerado e transportado tem se tornado uma técnica mais popular, facilitando o manejo da criação, diminuindo doenças transmissíveis, diminuindo riscos de acidentes com viagem e a monta, aumentando a qualidade genética da criação nacional e diminuindo os custos da reprodução consideravelmente.
Para que seja feito o melhor trabalho e o objetivo seja atingido o correto é procurar sempre um médico veterinário para acompanhar os animais na propriedade ou envia-los para uma central de reprodução.
 Em 1972, ocorreu a primeira transferência de embriões bem sucedida, em equinos, descrita por Oguri e Tsutsumi. A transferência de embrião consiste na coleta e resfriamento de embriões (Ley, 2006).
Em equinos, a transferência de embriões tem aumentado, rapidamente, nas últimas décadas. Entretanto, ela tem sido limitada por problemas técnicos, assim como por algumas características biológicas, muito peculiares, se comparada com a transferência em bovinos.
Éguas idosas e com histórico reprodutivo ruim são as principais candidatas escolhidas para o programa de transferência de embriões. Aquelas que não conseguem produzir um potro por monta natural ou inseminação artificial. Ou estão em competição, ou são éguas de alto valor comercial, embora, nesses casos, as taxas de perda embrionária sejam maiores e a fertilidade esteja em decréscimo, devido à idade das éguas.
Égua super-ovulada e a variação na duração do ciclo estral das éguas são dois fatores limitantes para a transferência de embriões equina.
A coleta do embrião é semelhante à técnica de lavagem uterina. Ley (2006) a descreve: a égua é contida em um tronco, tem a região perineal lavada com detergente neutro, enxaguada completamente com água limpa e secada. O técnico, utilizando luva plástica estéril, com lubrificante, introduz um cateter de silicone estéril de 80 cm x 8 mm de diâmetro com um balão na extremidade. Após entrar na vagina, o cateter é passado pela cérvix até chegar ao corpo do útero e o balão é inflado com aproximadamente 80 ml de soro fisiológico estéril. O balonete é então posicionado na parte posterior da cérvix, para evitar a perda de líquido. Uma vez que este balão esteja posicionado corretamente, o útero é enxaguado de 3 a 4 vezes com soro fisiológico, tampão, fosfato modificado de Dulbeco (DBPS) aquecido (37,5°C), contendo soro fetal ou de recém-nascido bovino, a 1%, penicilina (100 unidades/ml) e estreptomicina (100 μg/ml).
 O útero é preenchido com 1 a 2 litros de DBPS, durante cada lavagem. Depois de preenchido, o líquido volta pelo cateter e passa por um filtro de embrião de 0,75 a 0,80 μ. O filtro não pode transbordar ou ressecar para evitar a perda de embriões. O líquido passa pelo filtro e é coletado para monitorar sua recuperação. Antes do final, o útero é massageado, através do reto, para auxiliar a suspensão de embriões no meio, e aumentar a recuperação desse líquido. A maioria do líquido infundido (> 90%) deve ser recuperada e estar livre de debris celulares ou sangue. Um líquido turvo indica que a égua apresenta endometrite ativa e requer um diagnóstico adicional. A contaminação sanguínea do líquido está associada a uma massagem muito vigorosa do útero e/ou manipulação excessiva do cateter. Após o procedimento de lavagem, o corpo do filtro é esvaziado em uma placa estéril, com grades, e enxaguado com DPBS. O líquido é então examinado para a procura de embriões, usando microscópio com aumento de 10 a 20 vezes. Embriões grandes (~8° dia) são frequentemente visualizados a olho nu.
Quando um embrião é identificado, ele é “lavado” com DPBS e colocado em uma pequena placa de petri contendo o mesmo meio. O embrião é então examinado com grande aumento (40 a 80 vezes) e graduado em uma escala de 1 (excelente) a 4 (ruim)
A primeira inseminação artificial em equinos, segundo consta a historia foi realizada no Século XIV, por um chefe árabe que, desejando obter um produto do garanhão do chefe inimigo, excitou o animal com algodão embebido com secreções de uma égua em cio, transferiu o sêmen colhido, também em algodão para o interior da vagina de outra égua em cio, e obteve um produto.
O processo de deposição do sêmen no sistema genital feminino, através de manipulação artificial, e no momento adequado, visando à fertilização do óvulo, designa-se Inseminação Artificial. Este sêmen, colhido artificialmente, por diferentes métodos, segundo a espécie é diluído ou mesmo utilizado “in natura”, preservando suas características fecundantes, de modo que seja possível inseminar um número máximo de animais com um só ejaculado.
Quando se refere à utilização da IA, normalmente há uma diferenciação relativa ao tipo de técnica utilizada na conservação do sêmen a ser utilizado e ao tempo decorrido entre a colheita e sua utilização:
  • Inseminação com Sêmen à Fresco: consiste a utilização do sêmen, normalmente acrescido de diluentes apropriados, em um período de até duas horas.
  • Inseminação com Sêmen Resfriado: nesta técnica, o sêmen devidamente processado e diluído com diluentes ricos em açúcares, lipídeos e antibióticos, é mantido a uma temperatura de aproximadamente 50 ºC e pode ser utilizado por um período de até 48 horas após a colheita sem comprometer sua capacidade fecundante e, consequentemente, os resultados obtidos.
  • Inseminação com Sêmen Congelado: após o sêmen ter sido congelado com sucesso, pode ser usado por vários anos, ficando conservado em temperatura de –196 ºC em tanques de nitrogênio líquido.
As principais vantagens da Inseminação artificial em equinos são: a redução dos riscos de disseminação de doenças sexualmente transmissíveis, pois o contato sexual direto entre garanhões e éguas reprodutoras é evitado; aumento dos índices de fertilidade, devido a um maior controle sobre a qualidade do sêmen utilizado e também sobre a sanidade reprodutiva das éguas, resultando no acréscimo da eficiência reprodutiva; acelerar o processo de melhoramento genético das raças. Em um período normal de estação de monta, através da monta natural, um garanhão poderia cobrir um número máximo de 80 éguas, enquanto através da Inseminação Artificial poderia fecundar um número muito maior, chegando até 300 éguas. Um garanhão de alto valor zootécnico, com qualidades devidamente comprovadas pode, dessa maneira, disseminar seus caracteres desejáveis muito rapidamente, constituindo uma grande vantagem no que diz respeito ao melhoramento genético; reduz a possibilidade de injúrias para a égua e o garanhão; permite o uso de garanhões que tenham desenvolvido hábitos deficientes de cobertura ou que apresentem lesões limitantes (claudicações); permite a identificação de problemas reprodutivos; permite o uso de éguas impossibilitadas para a monta natural; permite o uso de garanhões que apresentam sêmen de qualidade inferior.
As desvantagens são: aumento dos custos nos trabalhos relacionados ao manejo reprodutivo do haras; obrigatoriedade de um médico veterinário responsável para conduzir os trabalhos.


Fonte: escola do cavalo