Páginas

sábado, 31 de março de 2012

Cavalo Apaloosa


www.maisdoquecavalos.blogspot.com
Domados ou Selvagens, os cavalos palouses coloriam as pradarias em galopes de liberdade ou montados pelos guerreiros indígenas que orquestravam o tropel com repetidos brados.
Não por acaso que a imagem mundialmente se perpetuou da Raça Appaloosa é a do cavalo de indíos.
Nas ancas, dorso e cernelha o pincel da criação salpicou cores diferentes, distribuiu pintas escuras sobre a pelagem básica, algumas vezes carregou mais o pincel nas ancas em formato de mantas... As pelagens negra, alazã, castanha, zaina, baia, palomina, tordilha e rosilha ganharam composições como em nenhuma outra raça da espécie eqüina. Formada a partir dos cavalos introduzidos pelos colonizadores europeus na América, estes animais de plástica inigualável corriam soltos pela bacia do rio Colúmbia e seus afluentes onde foram capturados e domesticados pelos Nez Perce, índios guerreiros que habitavam o vale do rio Palouse, uma região dominada pelos colonizadores franceses. Os Nez Perce domavam os cavalos pintados, usando-os como meio de transporte, montaria de caça e como instrumento de guerra nas constantes batalhas com os brancos.
Ágeis, rústicos, velozes e resistentes, os cavalos pintados dos Nez Perce atraíam a atenção dos colonizadores, atribuindo-se aos franceses o nome que estes animais receberam, La Palouse, numa referência ao rio de mesmo nome, situado, hoje, no Estado do Oregon. Excepcionais para cavalgadas de longas distâncias e na travessia de regiões íngremes e áridas, o cavalo dos Nez Perce foram submetidos a uma rigorosa seleção baseada na resistência, coragem e pelagem pintada. Os indivíduos que não acentuavam estas características eram castrados - para não serem utilizados na reprodução - e utilizados apenas como animal de montaria.
A técnica de seleção, adotada há mais de 100 anos, acabou garantindo a preservação das principais características destes animais, em especial sua variada e exótica pelagem. Apesar de a autoria da primeira seleção da raça na América ser atribuída aos Nez Perce, historiadores acreditam que a origem de cavalos com a pelagem típica do moderno Appaloosa é ainda mais antiga. Pinturas rupestres encontradas na Espanha e nas famosas cavernas de Lascaux, na França, desenhadas 18 mil anos antes de Cristo, revelam figuras de cavalos com características semelhantes as do Appaloosa. Outros registros de cavalos pintados foram encontrados em pinturas chinesas datadas de 5.000 anos a.C. e em cavalos selecionados na antiga Pérsia há 1.600 anos.
www.maisdoquecavalos.blogspot.com
Das batalhas a preservação
Na medida em que os colonizadores foram estabelecendo seus ranchos e implantando a pecuária no Oeste americano, a aptura de cavalos selvagens para utilização na lida se transformou em fator de sobrevivência.
Cobiçados pelo homem branco, os La Palouse passaram a ser motivo de disputas constantes, notadamente quando foram estabelecidas as rotas comerciais entre o Sul e o Norte, necessitando-se percorrer grandes distâncias a cavalo. Surgiam as batalhas e a vida indígena começou a sofrer grandes alterações. Em 1877, num histórico confronto entre os Nez Perce e a cavalaria americana, os La Palouse serviram de montaria de um povo inteiro numa rota de fuga que percorreu mais de dois mil quilômetros. Quando os Nez Perce se renderam em Montana - Estado americano na fronteira com o Canadá -, os cavalos que sobreviveram aos ataques foram distribuídos entre os soldados, deixados para trás ou simplesmente dispersos.
Crescia a decadência das nações indígenas, e sua reclusão em reservas a partir do início do século XX provocou a quase extinção da população eqüina, especialmente destes cavalos pintados. Espalhados pelo vasto território americano, os animais sobreviventes enfrentaram, ainda, o advento da motorização agrícola e a ramificação das ferrovias. Salvo exceções, o cavalo nos Estados Unidos foi colocado em segundo plano.
No entanto, na busca de resgatar os áureos tempos dos La Palouse e a cultura que a ele era atribuída, apaixonados por estes animais - rancheiros, criadores, descendentes dos Nez Perce e leigos - do Estado de Idaho fundaram, na década de 30, o Appaloosa Horse Club - APHC, entidade que se tinha por objetivo maior preservar a história da Raça e garantir seu desenvolvimento. Dentre estes objetivos estava a utilização do cavalo no esporte e lazer, práticas que começaram a crescer na medida em que a mecanização invadiu a zona rural. Criadores, rancheiros, profissionais do cavalo, esportistas, entidades governamentais se envolveram no movimento. Esta nova realidade foi fundamental para o renascimento do Appaloosa. Buscava-se a seleção de animais fortes, ágeis, corajosos, mas que também que tivessem nos genes a capacidade de transmissão da pelagem exótica típica da Raça. No programa de seleção estabelecido a partir dos anos 30, foram feitas infusões de sangue de cavalos das Raças Árabe, Puro-Sangue-Inglês e, predominantemente do Quarto de Milha.
Destes cruzamentos nasceu, no conceito dos americanos, um tipo de cavalo com características únicas como a pelagem pintada, os cascos rajados, a pele malhada e a esclerótica branca, ou seja, aquela membrana que reveste o globo ocular. Nas décadas seguintes os Appaloosas começaram a desenvolver aptidões para diferentes provas eqüestres, notadamente as chamadas western como Apartação, Rédeas, Laço de Bezerro, Laço em Dupla baseadas na lida dos ranchos, além de Baliza, Tambor, etc. As habilidades do Appaloosa como cavalo funcional e de esporte passaram a ser cultivadas em eventos públicos, especialmente nos rodeios, vitrine maior das competições dos rancheiros americanos.
Resgatado da quase extinção, o Appalosa rompeu as fronteiras dos Estados Unidos a partir dos anos 50, se estabelecendo em outros países e continentes, sendo selecionado atualmente no Canadá, Venezuela, Austrália, Alemanha, Itália, Espanha, Israel e Brasil. Em nosso País chegou há quase três décadas, se expandiu a partir do Estado de São Paulo e já se consagra como o segundo maior e mais importante plantel mundial.

Cavalo Paint Horse


Paint Horse é uma raça de cavalo originária dos Estados Unidos, caracterizada por ser inteligente, musculosa, versátil, forte e atlética. A conformação musculosa, em relação à construção óssea e muscular, fazem que este cavalo seja adaptado para trabalho em fazenda. Embora geralmente com estrutura óssea forte e balanceada, o Paint é um animal considerado bonito, especialmente na área da pescoço e da cabeça. Cada cavalo tem uma combinação de branco e outras cores. Antes de ser criada a associação do cavalo Paint no Brasil, a ABQM passou a fazer um registro especial especificando o excesso do branco.
É uma raça relativamente nova no Brasil. O seu início se deu nos Estados Unidos, a partir da não concessão de registro da Associação Americana do cavalo Quarto de milha. O Paint é uma opção para os criadores de Quarto de milha, que une a versatilidade com a pelagem.
O Paint Horse é um cavalo onde tem a mesma origem do Quarto de Milha, ele possui o mesmo sangue : Mustangue,Puro Sangue Inglês e árabe. Apesar do nome o Paint Horse é a mesma raça do Quarto de Milha, apesar de alguns fazendeiro, preferirem ele por sua beleza de pelagem. O Paint Horse serve para os mesmos esportes : laço, baliza, tambor entre outros.
A associação de Paint Horse no Brasil está localizada em Bauru.
www.maisdoquecavalos.blogspot.com
Alguns paint são homozigotos para gene tobiano, vale dizer, o descentende nasce necessariamente pintado. São dois os tipos de coloração: ovaro e tobiano. Ovaro é a cor básica com grandes manchas brancas e irregulares; tobiano é a pelagem de fundo branco com grandes manchas de outras cores e irregulares. O nome "pinto" vem do espanhol "pintado", que se tornou, para os caubóis do oeste americano, paint. Cavalos mosqueados ou com mais de uma cor também eram chamados de "calicos".www.maisdoquecavalos.blogspot.com

Cavalo Andaluz


Cavalo dos Reis

O CAVALO LUSITANO OU ANDALUZ

"... São cavalos fortes, curtos, valentes com os touros, ardentes se provocados e calmos se não excitados, velozes na corrida e rápidos nas voltas e de bom passo, finos à espora, submissos, de boa boca, infindáveis, resistentes a tudo..."
"... Um cavalo de rei em dia de triunfo"
"... A raça lusitana é uma raridade. Rara pelo seu reduzido número. Rara pelas raras qualidades que continua a transmitir" "...Criar o Puro Sangue Lusitano é entrar nesse mundo mágico da intuição e o criador fica apaixonado e vai fazendo o cavalo à imagem do seu sonho."

QUEM É ESTE CAVALO?

Qualquer um que tenha um gosto refinado, quando coloca os olhos em um cavalo Lusitano sente logo a empatia de um cavalo com alma generosa, grandiosa, alimentada por um sangue quente.
Quando olhamos um Lusitano em trabalho, conseguimos enxergar não apenas um harmonioso conjunto de músculos em movimento, mas além disto, podemos enxergar um cavalo com um espírito guerreiro, que consegue despertar em nós aquele desejo quase que incontrolável de querer possuir esse poderoso animal.

O INICIO DA RAÇA

No princípio criou Deus os céus e a terra, depois criou o cavalo de sela, lá estava o início do Puro Sangue Lusitano.
Ainda que pareça exagero, mas verdade seja dita, há pelo menos 4000 anos de história desta raça. O Cavalo Lusitano freqüentemente é citado nas crônicas antigas como o "Cavalo Guerreiro da Lusitânia", qualidade esta, que até hoje conserva-se a raça.
O Andaluz é hoje denominado PSL (Puro Sangue Lusitano) quando criado em Portugal e como Pura Raça Espanhola quando criado na Espanha. A criação e origem, entretanto é a mesma. A divisão dos nomes das raças deu-se a partir da Guerra Civil Espanhola.
Por ser uma raça de muita fecundidade suas éguas criaram tantos filhos que, de trezentas éguas mandadas para a América no começo do séc. XVI, um século mais tarde a América era ocupada por milhões de cavalos.
Com esses cavalos foi conquistada a América pelos espanhóis, com eles os mexicanos ocuparam o Texas, Colorado, etc. e com eles os "Yankees" ocuparam o "West".
Deles, derivam os trotadores francês, os cavalos de Cliveland, e os Hackneys, deles a base mais funda dos Puro Sangue, deles derivam, Anglo Normando, Limosino, Oldemburgo, Holstein, Hannover, quase todas as raças italianas, e na América todas as raças.
www.maisdoquecavalos.blogspot.com

sexta-feira, 30 de março de 2012

Cavalo crioulo


As fotografias sempre foram fator importante no registro dos acontecimentos, servindo inclusive para retratar a história de determinados períodos. Aqui reproduzimos fotos publicadas a partir do primeiro Anais da então Associação dos Criadores de Cavalos Crioulos-ACCC. As fotos integram o arquivo fotográfico da ABCCC iniciado em 1936 por Dirceu Pires Terres, engenheiro agrônomo e gerente inspetor da ACCC. Voltado também para a arte de fotografar, Terres é autor da grande maioria das fotos publicadas nesta página. Elas reproduzem, além de exposições, o trabalho de inspeção nas estâncias.

Alva e Poesia Serrano, de Irmãos Vieira e Teixeira, Cruz Alta, março de 1939.

Boneca, Tibiriça e Lebre Alluan de João Alfredo da SilvaTavares, Herval, janeiro de 1937

Manada Crioula de Luiz Dias da Costa, Cruz Alta, março de 1939.

Lote éguas, propriedade do Cel. Leão dos Santos Terres, Granja Lacerda, Canguçu, fevereiro de 1938.

Vista da XXV Exposição de Bagé, em 1937.

Maragato, de José Manoel Avila de Azeredo, Estância São Manoel, Pinheiro Machado, presente na Expo Bagé em 1937.

Lote de éguas de Miguel Machado da Rosa, Júlio de Castilhos, março de 1939.

Olvido Minuano, tostado de Echenique e Nunes Vieira, Bagé, outubro de 1935.

Mazangano Pampeiro, nascido em 1923, e parte de sua manada, propriedade de João Martins da Silva, Bagé.

Matte Amargo, com 16 meses, ao lado do proprietário Tancredo Rodrigues Dutra, Estância São Martin, 1938.

Rebenque Serrano e parte de sua manada, propriedades de Irmãos Vieira e Teixeira, Estância Santa Elmira, Cruz Alta, março de 1939.
www.maisdoquecavalos.blogspot.com
A PRIMEIRA EXPORTAÇÃO DE EQÜINOS CRIOULOS BRASILEIROS PARA O ESTRANGEIRO.
É deveras promissor o patriótico movimento em boa hora desenvolvido pelos "crioulistas" brasileiros, pelo reerguimento e seleção da valente raça Crioula.
Bastas provas já temos tido do valor das criações nacionais, evidenciado pelas exportações de reprodutores para o estrangeiro. Assim já vimos notícias na imprensa, venda de touros Herefords, para a Argentina, e de equinos Árabes, para esse pais e os Estados Unidos.
Temos agora a satisfação em anunciar nestes Anais, a recente exportação feita por associados nossos, de duas éguas crioulas, para a Argentina.
Trata-se das eguas "Bisca Minuano", criação dos Srs. Echenique & Nunes Vieira e "Chará Eskualaria", de propriedades dos Srs. G. Echenique Filho & Irmãos Ltda.
Essas éguas, destinadas ao "pioneiro" argentino da criação de equinos Crioulos, professor Emilio Solanet, embarcaram para Buenos Aires, a bordo do vapor nacional "Mantiqueira", zarpado do porto do Rio Grande, a 23 do corrente mês "Bisca Minuano", R. P. 36, S. B. B. Prov. 421, tostada, nascida em 10 de dezembro de 1935, é a filha de "Pelo de Oro Cardal", S. B. B. Def. 1, e de "Sortija Cardal", S.B.B. Prov. 1, sendo portadora de uma corrente de sangue atualmente extinta no afamado "Haras El Cardal", daí a especial preferência daquele criador por essa égua, que é irmã própria do potrilho "Truco Minuano", S. BB Prov. 132, vendido ao Ministério da Agricultura na "6ª Exposição Nacional de Pecuaria", realizada em São Paulo, em 24 de julho de 1937.
A égua "Chará Eskualaria", R. P 20 S. B. B. Prov. 980, baia crespos do "velho Binga", do municipio de Cangussú, com tradição em vasta zona do Rio Grande, e foi aceita em primeira inscrição, pela Comissão de Inspeção da ACCC, em 12 de julho de 1938.
É mais um fruto altamente honroso da patriótica obra que a ACCC iniciou em 1932, visando a justa reabilitação do Cavalo, que foi, no passado, parte insubstituível na demarcação das nossas fronteiras e que é agora, e será no futuro, o único capaz de servir como montada dos nossos soldados, na defesa da Pátria Brasileira .
ANAIS DA ACCC Nº 8 DE JULHO DE 1940.
Aqui publicamos dois artigos e uma poesia publicadas nos Anais da ACCC nº 8 de julho de 1940.O material foi elaborado e encaminhado por colaboradores dos Anais e reproduzem interessantes passagens de uma época e sempre envolvendo a raça Crioula.
Cavalo Crioulo
Cap. Arthur Oscar Loureiro de Souza
Gaúcho bom da querência,
que pita fumo de rolo
e na canha tem consolo
salta em pelo no Bragado
me acompanha neste Brado
"Viva o Cavalo Crioulo."

Viva este pingo sem dono,
largado como índio vago,
que sem pena nem afago,
abandonado no Pampa,
mantêm, na fôrça e na estampa,
a tradição deste Pago!

Foi ele que transportou
no lombo, a gente guerreira
que elevou nossa bandeira
onde quer que houvesse rôlo
Foi o casco do Crioulo
que marcou nossa fronteira!

Andou com Bento Gonçalves
e, até onde a gloria vai,
como um vulto que não cai,
ficou como um promontório
Levou os bravos de Osório
aos campos do Paraguai!
Não só na história guerreira,
a sua glória se expande
onde quer que o valor mande
Escreveu sem diserepaneias
nas coxilhas das estâncias
toda a história do Rio Grande.
Jamais conheceu conforto.
Nascido pela canhada,
dormindo em cama de geada,
pastando solto no mais
pelos banhados baguais,
foi se criando em manada.

Por isso é matungo rijo
Como o sopro do minuano,
No osso tem bom tutano,
Morre seco e não se entrega
Como o mestiço, chô égua,
Que não vale um desengano.

E como, gaúcho amigo,
No pago canto de galo
te convido à exaltá-lo
E aos quatro ventos expô-lo
Viva o cavalo Crioulo
Porque o mais... não é cavalo!

Bagé, agosto de 1939
OS CRIOULOS EM BAGÉ – 1941.
O Arquivo Histórico reproduz nesta edição artigo de autoria do engenheiro agrônomo Roberto C. Dowdall, publicado nos anais da Associação dos Criadores de Cavalos Crioulos, número 20, de abril de 1942.
Na "Rainha da Fronteira", sugestiva denominação com que é conhecida a simpática e pitoresca cidade de Bagé, durante os dias 12 e 15 de outubro de 1941, a Associação dos Criadores de Cavalos Crioulos, do Rio Grande do Sul, realizou com o êxito e o brilho de sempre, a sua 7ª Exposição de Eqüinos Crioulos, anexa à 28ª Exposição Internacional de Reprodutores Rústicos", organizadas pela Associação Rural de Bagé.
Por gentil convite da entidade organizadora, coube-me a elevada honra de atuar como jurado da raça Crioula, podendo, assim, avaliar pessoalmente o que já conhecia por referências: a importância da obra realizada pelos criadores daquele Estado, sua tradicional cordialidade, seu entusiasmo, sua dedicação e sua incontestável competência.
Formam os criadores rio-grandenses, universitários grande parte deles, um número de homens, jovens e velhos, alegres, cordiais, entusiastas, profundos conhecedores do campo e de suas necessidades, gaúchos em uma palavra, que realizam uma obra magnífica, de verdadeiro e são nacionalismo, traduzida no impulso e no progresso alcançado pela pecuária daquele Estado, e para cujo aperfeiçoamento, apoiados pelo governo, os criadores não diminuem esforços, pese a luta contínua e às vezes desalentadora que devem manter até vencer a aspereza do meio ambiente em que se desenvolvem.
Perdurará em mim a grata recordação desses homens e o agradecimento pelas atenções que recebi de todos eles, dos senhores diretores de ambas as Associações e dos que não posso deixar de mencionar, especialmente, pois foram os meus quase inseparáveis companheiros nesses dias, os meus colegas, engenheiros agrônomos Dirceu Pires Terres e Amoacy Mendonça Detroyat.
Os Crioulos exibidos em Bagé, constituíram, sem lugar a dúvidas, um testemunho eloqüente desse entusiasmo dos criadores e da boa orientação da obra empreendida. A prêmio, ou à exibição somente, 12 criadores concorreram com 20 produtos de indiscutível qualidade, não só típicos e harmônicos, senão, também, o que é mais interessante ainda pela importância que tem para o futuro da raça, todos eles mansos de montaria e bem adestrados.
Para os que temos lamentado, em Palermo, o excesso de preparação com que costumam apresentar muitos dos Crioulos e sua falta de adestramento como cavalos de sela, a de Bagé foi uma exibição reconfortante e uma lição digna de ser imitada por todos os criadores argentinos.
Bem cuidados, como para que a sua apresentação na exposição não desmerecesse, mas luzindo só o estado normal de cavalos de trabalho, bem carnudos, porém não gordos, os exemplares que desfilaram nas pistas de Bagé não só podiam ser montados e exercitados em qualquer momento, como em realidade o foram, e quase todos eles por seus próprios criadores. Estes, que não limitam seu entusiasmo simplesmente à criação de um bom animal de exposição, senão que são também capazes de montá-lo e "trabalhá-lo" nas fainas campeiras, mostravam seu legítimo orgulho de criadores e ginetes, luzindo sua galhardia e a boa rédea de seus fletes, nas amplas pistas gramadas da exposição, ou durante a vistosa apresentação do concurso de rédea.
nossas respectivas criações, riscando fronteiras para afiançar, de forma indescritível, o princípio de uma só raça Crioula nesta parte da América.
Modos e significados de atar a cola do cavalo
Leônidas de Assis Brasil (Dedicado ao eng.º agr.º Roberto C. Dowdall).
Artigo publicado nos Anais da ACCC n º 13 - julho 1942
O gaúcho riograndense tem o hábito e lhe causa gosto especial – como que fascinação – de "andar de cola atada", como ele mesmo diz na gíria campeira. Ele imagina, mentalmente, que cada modo cause um dado efeito nesse imemorial hábito simbólico do peão de estância, no Rio Grande do Sul, onde o próprio autor deste ensaio vagou campo fora em ocasiões por espaços de dias, há mais de 50 anos, desde que "me conheci por gente" pastoreado gados, "aquerenciado" ou reunido a tourada de 4 e 5 anos, ás vezes "bagual", para castrála após o clássico adelgaço.
Esses touros, verdadeiras feras, sem costeio algum, eram postos em lugar plano, sem sanga, circundados por quinze, vinte ou mais gaúchos, os quais entravam de um a um no rodeio para enlaçar o seu escolhido ou tira-lo campo fora.
Montando em cavalos Crioulos que regulam de 1m,42, porque se escolhia o reprodutor baixo, comprido e de boa periferia – todos traziam atada a cola de seu corcel, o que o campeiro muito considerava, dizendo textualmente: "Meu cavalo é como um pensamento", expressão até hoje usada por tradição e com orgulho.
Como se vê em linhas gerais, a cola atada embora não trazendo vantagem maior para o serviço, era mais um hábito e, especialmente, um ornamento, como pode ser o tirador, o lenço ao pescoço, ou extensivamente, no homem o anel, e na mulher, a pulseira e a própria pintura nos lábios, cuja frivolidade as mulheres de toda a esféra social adotam e está como epidemia – se é que pode ser considerada doença.
O uso do tirador, entretanto, tem função de utilidade, principalmente o de feito de antigo – regulando 2 palmos de largura por 3 e meio de comprimento, ou seja retangular. O material usado era um couro de terneiro, bem sovado, ou de animais selvagens, - guarachaim (sorro), gato palheiro, jaguatirica, capivara, etc. Mas, o mais apreciado, cara terístico e de muita duração, é o tirador de couro de lontra. A utilidade deste ornamento, usado por cima do chiripá, sobre a cintura, destina-se a passar o laçar ou pialar um animal.
Atualmente os tiradores são enormes couros curtidos, demasiadamente compridos e incomodos, prejudicando a agilidade do gaúcho, qualidade inerente ao homem de campo. Em paralelo a essa lamentável deturpação de nossos hábitos gaúchos, outros se têm introduzidos por mal entendimento: - A bombacha de uso do verdadeiro campeiro era estreita e não o exagero incomodo que a mocidade usa hoje por baixo do enorme tirador, que tolhe os movimentos e não tem significado prático algum. E note-se que, com muito poucas exceções, o homem de campo que usa esses exageros é sempre um péssimo campeiro ; não sabe carnear uma rês, é um mau laçador, não é identificado com o seu cavalo e descura das árduas funções das lides do campo, que exigem o homem simples e observador, moderado e vivo, sóbrio e de bom humor – sem a mínima preocupação do que usa e do que veste: são costumes hereditários alheios a sua percepção.
Atar a cola do redomão (cavalo de mais de três galopes) é usado para tirar as cócegas do mesmo. Usa-se, também, em tempo de grande chuvas, para passar em pântanos, evitando embarrar a cola.
‘Mais do que, porém, a estultícia da pintura dos lábios ou o beiço furado da selvagem, ou ainda o talho no rosto do negro africano, - a cola atada, em suas diversas modalidades – tem para o gaúcho um significado especial e tradicional.
O cavalo com a cola atada – por uma impressão nervosa que se comunicará ao sistema muscular e a todo o aparelho locomotor, - fica como mais ágil sentindo esse efeito.
Os 10 principais modos em voga atualmente para atar a cola são conhecidos por:

Bailado

Negro Velho

Nó de Capataz

Passeio em carreira

Corneta

Moço bonito

Seguranças

Uruguaio

Segurança

Nó ligeiro
www.maisdoquecavalos.blogspot.com 
1 - Bailado
2 – Negro Velho
3 – Nó de Capataz (Para arrocinar cavalo)
4 – Passeio em carreira
5 – Corneta ( Essencialmente para corrida de cavalhadas, festas tradicional dos cidadão rio-grandense)
6 – Moço bonito (Para ver a noiva)
7 – Seguranças (Atado ao cavalo do amo, pelo seu peão ou capanga)
8 – Uruguaio (Usado no Rio G. do Sul mais para passeio)
9 – segurança
10 – Nó ligeiro(Para recolhidas ou apartes de rodeio)
Como os gaúchos tosam seus cavalos.
Raul Annes Gonçalves
Solicitado por um amigo, procurei reunir nestas linhas, destinadas aos "Anais" da prestigiosa Associação dos Criadores de Cavalos Crioulos, o pouco que conheço sobre as diversas maneiras de tosar cavalos, em uso entre os gaúchos do Rio Grande.
Desconhecendo, em absoluto, a existência de qualquer trabalho ou literatura sobre o assunto, tratei de expor o que tenho visto e feito em quase vinte anos de vida de estância, nos municípios de Rosário, Livramento e Alegrete. Como verão os leitores dos "Anais", trata-se de simples conhecimento pessoal, limitado a pequena região da vasta campanha Rio-Grandense.
Outros criadores mais campeiros e que melhor conheçam os hábitos do gaúcho, poderão dar à revista da A. C. C. C. mais completas indicações, servindo-a melhor em seu desejo de reunir e publicar tudo o que se refere, aos usos e tradicionais costumes dos nossos gaúchos.
Fig. 1 - Não é verdadeiramente um tôso. Devemos porém mencioná-lo por ser o primeiro que leva o bagual ao ser domado. Os gaúchos ao pegarem o pôtro para doma, conservam-lhe toda a crina, crescida pelos anos de potrilho, e a qual continua respeitada pela tesoura enquanto o animal é "de rédea". Ao receber o freio, tosanino pela primeira vez. O cavalo inicia, portanto, sua vida de serviço com toda a crina, sendo chamado "Quilinudo", quilina de potro ou bagual; ("Quilinia" é o que se ouve por crina).

Fig. 2 - "Côgotilho" é o tôso mais preferido, e apesar de ser um dos mais simples, é o mais bonito por dar graça ao contorno do pescoço. Nasce entre as orelhas com a altura de 1 cm.; segue elevando-se com harmonia (arco de barril), até ter de 4 a 5 cm de altura no meio do pescoço, e morre no " péga-mão " com a altura de 2 cm. Não é habito vir acompanhado da franja ou topete. É usado, geralmente por gaúchos de todas as idades.

Fig. 3 - "Ponta de lança", é um dos tôsos mais fáceis. Não leva topete. Começa entre as orelhas com altura de 1 ou 2 cm., continua em crescimento leve até ao "pega-mão", onde termina com uns 4 ou 5 cm. de altura. É pouco usado nos cavalos de montaria; encontra-se com mais freqüência em animais de carroça ou de andar de peães de estância. Para muitos este toso não dá graça alguma ao cavalo; até mesmo o faz representar mais feio de pescoço. Outros há que bastante o apreciam, usando.

Fig. 4 - "Meio-tôso", é feito com a repartição da crina de ponta a ponta; uma parte é tosada a côgotilho, e a outra deixa-se calda em toda a sua extensão, bem comprida e sem sinal de tesoura, ou então aparada à meia taboa do pescoço. Leva franja. É usado em cavalo de andar de mulher. É tôso bastante bonito e dá certa graça à cabeça do animal, principalmente quando esta é chimbé.

Fig. 5 - "Quilina aparada", conserva-se todo o cabelo da crina, que é somente aparado reto a meia altura da táboa do pescoço. Pode ser só de um lado ou de ambos, conforme a quantidade de crina do animal. Leva franja. Tôso preferido para, petiços de andar de crianças, e faz com que o animal represente ser menor. Também se vêm cavalos assim tosados, geralmente são de andar de pessoas velhas ou então cavalos de carro.

Fig. 6 - Não tem nome próprio. É o tôso cogôtilho com um negalho ou mecha de cabelo de 15 a 20 cm de comprimento, com uns 6 cm de largura na base da mecha. Leva franja. É freqüente ter um "passarinho" logo atrás das orelhas. Usado em cavalos recém enfrenados, quando os ginetes são solteiros e bem gaúchos.

Fig. 7 - "Tôso de passarinho", feito a côgotilho, sendo enfeitado com "passarinhos". Estes, são feitos a critério e gosto do tosador.





Fig. 8 - "Baianio", de origem militar, ou de fora do Estado, é tido entre os gaúchos como sinal de pouco gosto ou de não saber tosar. É cortado baixo, acompanhando todo o pescoço com a mesma altura de 1 ou 2 cm. Nada de topete.



Fig. 9 - "Meia quilina", leva franja, começa como o tôso de côgatilho e vai até o meio do pescoço; daí em diante fica a crina inteira e caída ao longo da táboa do pescoço. Esta modalidade é usada às vezes por domadores em baguais de rédea. Facilita o uso do buçal entre as orelhas e o resto da crina fica para tirar as cócegas do pingo.

Fig. 10 - "Tôso de égua de manada", usado em égua de cria e em cavalos velhos fora de serviço, dos quais se aproveita o cabelo para vender. É tosado rente ao couro, desde a cabeça até às cruzes (cernelha).




Fig. 11 - Vê-se neste desenho um tôso de passarinho, o pága-mão e o topete ou franja. Pega-mão é o nome dado à parte final da crina. Fica sobre as cruzes. Todo e qualquer tôso leva o pega-mão. Serve de auxílio ao pular em pelo no cavalo, sendo agarrado pela mão esquerda ao formar o salto para o lombo. A franja ou topete varia conforme o tôso ou gosto do tosador; usada somente para bonito, .não é muito freqüente.

Fig. 12 e 13 - Estas figuras, mostram que os passarinhos não abrangem toda a crina na largura; são feitos no meio da mesma. A crina varia de 6 a 2 cm de largura, conforme o cavalo seja Crioulo ou mestiço Inglês. Em cavalo Crioulo, o passarinho tem 1 ou 2 cm de largura no máxima, com 4 cm de altura. Nos mestiços será feito na largura de toda a crina, isto é 2 cm. Já não é tão bonito e nem bem ao gosto Crioulo. Finalizo esta pequena: descrição fazendo ‘votos para que outros criadores dêem aos "Anais" mais. detalhes sobre a arte de tosar os pingos na campanha sul riograndense.

Adicionar legenda
 Anais da ACCC,nº 11, julho de 1943.

Cavalo Árabe


Ficheiro:Cavalo Arabe REFON.jpg



Como raça de cavalo, tem sido sempre considerado que o árabe tem outras qualidades além da beleza. As suas características principais são que os cavalos árabes têm sempre a rabada muito levantada e são muito magros. Os cavalos árabes são um dos cavalos preferidos das pessoas para treinar, além de serem muito mais obedientes do que qualquer outro.
Esta preocupação, que foi responsável pela grande qualidade da criação de cavalos árabes em Portugal, obrigou as autoridades oficiais a, desde 1934, durante mais de meio século, procederem a uma selecção dos reprodutores extremamente severa e sem precedentes.
Assim, para provar o valor real dos animais, a Coudelaria Nacional Portuguesa fazia uma primeira selecção dos poldros e poldras aos 3 anos, e dos garanhões aos 6 anos, só admitindo como reprodutores os cavalos que obtivessem uma nota satisfatória na árvore genealógica, no modelo, nos andamentos e nas provas funcionais. Estas, na sua fase mais dura, eram constituídas por :
  • um cross de 3.000 m com 15 obstáculos até uma altura máxima de 1,20 m, a percorrer à velocidade mínima de 600 m/minuto;
  • uma corrida de 2.500 m, à velocidade mínima de 700 m/minuto;
  • uma prova de salto de obstáculos, com 12 esforços, a uma altura máxima de 1,20 m;
  • uma prova de estrada de 70 km, à velocidade de 20 km/hora ;
  • uma prova de ensino, semelhante às utilizadas em CCE, para melhor avaliar as qualidades mentais e motoras do animal;
  • um exame clínico pormenorizado.
Evidentemente, os animais sujeitos a estas provas eram previamente treinados para poderem fornecer o grande esforço exigido.
Esta selecção, que pensamos ser uma das mais duras realizadas no mundo, fez do árabe português um animal de excepção, um cavalo robusto e belo que guardou todas as qualidades morais e funcionais de outrora.
Este facto levou os actuais responsáveis da raça a pensarem em reutilizar este tipo de selecção, com provas fisicamente um pouco menos violentas mas mais severas em relação ao tipo, esforço que contribuirá certamente para o melhoramento da raça.
Não sabemos ao certo quando foi introduzido na Península Ibérica o cavalo árabe, mas parece não haver dúvida que o mais tardar em 711, a invasão islâmica trouxe para terras hoje portuguesas numerosos cavalos orientais, que deixaram certamente grandes marcas, dado que a presença árabe no extremo sul de Portugal durou até ao século XIII (1248).
Julgamento Árabe REFON .jpg
Cavalo Árabe, na EMAPA (Avaré-SP-Brasil)
No século XVI, a pioneira expansão lusitana no Mundo levou os portugueses a dominarem muitos mercados orientais, trazendo para o nosso país o que de mais raro neles existia. Porque não cavalos árabes? Não fala o historiador Damião de Góis (1502-1574) dos presentes enviados por D. Manuel I ao Papa Leão X, que juntamente com especiarias, jóias « que de memória de homem nunca se vira » e elefantes, contavam « uma onça de caça sobre uma manta bordada a ouro que cobria a garupa de um magnífico cavalo persa » ? E para confirmar que era hábito o Rei de Portugal receber como presentes cavalos orientais, não fala o mesmo escritor de um esplêndido Cavalo Persa oferecido pelo Rei de Ormuz ao monarca português ?
A partir do século XVIII os cavalos orientais distinguem-se particularmente. Na Grã-Bretanha eles dão origem ao Puro Sangue Inglês, na Rússia ao Orloff, e, no século XIX, em França, ao Anglo Árabe. Neste país, a campanha de Napoleão no Egipto acentuou aquela tendência, trazendo para a corte francesa a moda do Cavalo Árabe, a montada preferida do Imperador. E assim, quase toda a Europa foi invadida por garanhões orientais, moda que não deixou de influenciar Portugal, como documentam as importações feitas do Egipto e de Constantinopla em 1812, 1861, 1867, 1872 e 1876.
Destas importações, não há descendência pura conhecida, e para a história do PSA em Portugal, só as aquisições feitas em 1902 e 1903 em Beirute, Constantinopla e Djeddah, têm interesse por a sua descendência ainda hoje estar representada. Foram importados naquela ocasião 3 machos (Fehran, Dehiman e Nemyr) e 4 fêmeas (Saada, Nazly, Fhara I e Fhara II). A Saada trazia no ventre o Pakir, tendo a excelente descendência deste último, bem como a de sua mãe, a da Nazly e a do Fehran chegado aos nossos dias em raça pura. As extraordinárias Nazly e Saada, da casa de Beih Abdel Melek, podem considerar-se as matriarcas das mais antigas linhas árabes portuguesas.
Em 1921 e 1935 foram importados vários animais da Grã-Bretanha, entre os quais os óptimos cavalos Fursan e Silfire, de Crabbet Park, a famosa coudelaria fundada por Lady Blunt, neta de Lord Byron.
Em 1932, fez-se a primeira importação de animais do grande criador que foi o Duque de Verágua, descendente de Cristóvão Colombo. Esta compra foi completada em 1961 pela importação da preciosa égua de António Egea Delgado, também Verágua.
Muitas outras grandes linhas foram depois introduzidas em Portugal, como as de Comet (Abu Afas e Carmen por Tripolys), de Wielki-Szlem (Ofir e Elegantka por Bakszysz), de Elokuencja (Rozmaryn e Ela por Miecznic), de Flipper (Gosse du Bearn e Fleur d’Avril por Meko), de Djerba Oua (Dragon e Dorée II por Kriss II), de Piruet (Probat e Pieczec por Palas), de Shazamah (Shah Gold e Bazama por Al Marh Radames), de Golden Sceptre (Mikonos e Shazala por The Shah), de Magic Count (Mc Coys Count e Regla’s Rose Flame por Indian Flame II), de Nil (Sid Abouhom e Malaka por Kheir), de Nitochka (Naseem e Tarazca por Enwer Bey), de Pomeranets (Priboj e Mammona por Offir), de Klinika (Korej e Naturalistika por Naseem), de Jacyo, de El Shakland, de Shaker El Masri, etc.
Para evitar qualquer erro, sempre possível por, como no resto do mundo, o cavalo árabe ter sido muito utilizado para melhorar raças locais, nenhum animal existente em Portugal antes de 1902 foi inscrito no Stud Book, e só os animais importados posteriormente e seus produtos foram admitidos como raça pura.
Este rigor, a exactidão dos Registos Oficiais das Coudelarias Nacionais e da APCRS, e a hemotipificação obrigatória, são uma garantia indiscutível da pureza do árabe nacional. Esta pureza, junta à severidade da selecção dos reprodutores não só esteticamente perfeitos mas também verdadeiramente funcionais, física e moralmente, fazem do Árabe Português um dos mais solicitados do mundo, e certamente também um dos melhores.
Provam-no animais como os campeões Cejuba El Berana, Juxito, Ohxul Ben Biarritz, Reject Ibn Biarritz, Aicha Ibn Biarritz, Qkyjul Ibn Biarritz, Diniz Met Biarritz, etc, e os muitos títulos obtidos por PSA portugueses em modelo e andamentos e em provas desportivas: Campeão dos Campeões no México, Campeão dos Campeões no Brasil, Campeão dos Campeões em Espanha, seis vezes Campeões da Europa, cinco vezes Vice-Campeões da Europa, duas vezes quintos em Campeonatos do Mundo, e em França várias vezes os maiores vencedores de corridas para PSA. Neste país, os filhos das éguas Oxylla Ben Biarritz e Nacayhr Ben Biarritz, Dunixi e Blaise (garanhões do Estado Francês), têm produzido de forma excepcional, fundando certamente uma das mais ilustres linhas de cavalos de corrida.
Os PSA portugueses, muitas vezes favoritos em Provas de Fundo, também revelam a sua excepcional coragem e mobilidade na Corrida de Toiros à Portuguesa, onde encontramos «estrelas» como Gramático, Imoral, Jasmim, Valoroso, Xistre, etc.
É importante notar que muitos puro sangue árabes com origem portuguesa participaram com o maior êxito em provas para cavalos de todas as raças, tendo obtido, entre outros, os seguintes resultados em disciplinas olímpicas (onde raramente encontramos o cavalo árabe

Cavalo lusitano



Puro Sangue Lusitano é uma raça de cavalos com origem em Portugal. É o cavalo de sela mais antigo do Mundo, sendo montado aproximadamente há mais de 5.000 anos.
Os seus ancestrais são comuns aos da raça Sorraia e Árabe . Essas duas raças formam os denominados cavalos ibéricos, que evoluíram a partir de cavalos primitivos existentes na Península Arábica dos quais se supõe descenderem directamente o pequeno grupo da raça Sorraia ainda existente. Pensa-se que essa raça primitiva foi cruzada com cavalos Brad oriundos do Norte de África e mais tarde tiveram também influência do Árabe.
O Puro Sangue Lusitano apresenta aptidão natural para alta escola (Haute École) e exercícios de ares altos, uma vez que põe os membros posteriores debaixo da massa com grande facilidade. Assim, o Lusitano revela-se não só no toureio e equitação clássica, mas também nas disciplinas equestres federadas comodressage, obstáculos, atrelagem e, em especial, equitação de trabalho, estando no mesmo patamar que os melhores especialistas da modalidade.

Cavalo quarto de milha



Cavalo Quarto de Milha


Quarto de Milha 

Cavalo Quarto de Milha foi a primeira raça a ser desenvolvida na América. Os Quarto de Milha surgiram nos Estados Unidos em 1600, originários de raças da Arábia e Turquia. Os garanhões dessas raças eram cruzados com éguas da Inglaterra, desses cruzamentos, resultaram cavalos compactos, versáteis, com músculos fortes, que podem correr distâncias curtas com mais velocidade do que qualquer outra raça.
Em meados de 1955, os cavalos Quarto de Milha vieram para o Brasil, logo quando a SKR (Swift-King Ranch) importou seis cavalos dos EUA para o país.
Hoje, existem mais de 285 mil cavalos Quarto de Milha registrados no Brasil, divididos entre 39 mil criadores e proprietários. O principal centro de criação da raça Quarto de Milha concentra-se em Presidente Prudente, interior de São Paulo.

Características principais do Cavalo Quarto de Milha

Os cavalos Quarto de Milha são reconhecidos pela facilidade de domar, docilidade e inteligência. Os cavalos desta raça possuem grande capacidade de mudar de direção, com partidas rápidas e paradas bruscas. Sendo considerado o Quarto de Milha, o cavalo mais veloz do mundo. O cavalo Quarto de Milha se destaca principalmente em provas Western, corridas e trabalho no campo por ser muito dócil, robusto e veloz. Os cavalos Quarto de Milha são adaptáveis a qualquer situação, podendo se transformar também em instrumento de força, transporte e imbatível em provas eqüestres. Já no nordeste do país, o Quarto de Milha é o melhor em vaquejada.

Anatomia do Cavalo Quarto de Milha

Os cavalos Quarto de Milha geralmente medem 1,52m, possuem uma cabeça pequena, fronte ampla, olhos grandes e afastados e um perfil bastante reto. Seu pescoço em forma de “pirâmide” possui uma linha superior reta, dorso e lombos curtos, já a garupa é levemente inclinada, o peito profundo, membros fortes com excelente musculatura.

Padrão da Raça Quarto de Milha

Padrão da Raça Quarto de Milha
  • » Temperamento: dócil, rústico e muito inteligente
  • » Inseminação Artificial: Normalmente só a quente, não há um limite de éguas - mediante autorização do Conselho Deliberativo da Associação, que também permite transferência de embrião;
  • » Andamento: harmonioso, em linha reta, natural e baixo. O pé é levantado levemente e recolocado de uma só vez no solo, carcterizando-se no trote de campo;
  • » Peso: macho e fêmea pesam geralmente 500 kg ;
  • » Altura: Geralmente 1,50m;
  • » Porte: De médio a grande.
  • Aptidões Cavalo Quarto de Milha
Por ser considerada uma das raças mais versáteis do mundo, os cavalos Quarto de Milha podem ser utilizados em corridas planas, saltos, provas de rédeas, três tambores, balizas, hipismo rural e lida com o gado.
Pelagem Cavalo Quarto de Milha
As pelagens oficiais de um cavalo Quarto de Milha são: alazão, baio, alazão tostado, baio amarilho, castanho, cremelo, lobuno, perlino, preto, rosilho, tordilho e zaino. Entretanto, a raça Quarto de Milha pode possuir alguns pêlos brancos em determinada área do corpo, passando disto, já se descaracteriza a raça.

Curiosidades

Como sabemos, o cavalo Quarto de Milha é considerado o cavalo mais rápido do mundo. O recorde atual marca 20 segundos em uma distância de um quarto de milha, ou seja, 400 metros.

Cavalo Campolina

Em 1870, Cassiano Campolina, nascido em 10 de julho de 1836, ganhou a égua Medeia, já prenha de um Andaluz de D. Pedro II. Deste cruzamento nasceu o potro batizado Monarca. Esse é o início de uma história de sucesso e conquista: a formação da raça Campolina.
Cassiano tinha como principal objetivo formar cavalos de grande porte, ágeis, resistentes e de boa aparência. Para isso, selecionou e cruzou raças de cavalos como PSI,Anglo-Normando e Marchador conforme sua intuição e experiência.
Em 1904, após mais de 30 anos trabalhando firme em seu propósito, faleceu Cassiano Campolina. Mas, graças à dedicação e o empenho de seus amigos, a raça continuou a ser criada e aperfeiçoada. As famílias de Joaquim Pacheco de Resende e do Cel. Gabriel Andrade foram fundamentais nessa missão. Ao longo dos anos também podemos citar outros grandes nomes como Agenor Sampaio, Alfredo Manuel Fernandes, Américo de Oliveira, Américo Ferreira Leite, Antonio Lopes da Silva, Arnaldo Bezerra, Cel. Linto Diniz, Ascanio Diniz, Emir Cadar, Epaminondas Cunha Melo, Fernando Diniz Oliveira, Geraldo Magela Resende, Guaracy Engel Vieira, Guido Pacheco Magalhães, Heitor Lambertucci, Jamil Saliba, José Eugenio Câmara Dutra, José Ferreira Leite, José Geraldo Areias, Leonardo Campos, Luiz Eduardo Cortez (DEADO), Lídio Araujo, Orminio de Almeida, Pedro Joaquim Carlos, Roberto Catelmo, Severino Veloso, Tonico Figueiredo, Valdemar Resende Urbano, Valério Resende, entre tantos outros.
Após aproximadamente 70 anos desenvolvendo a raça conforme as referências de cada criador, tornou-se necessário definir um padrão racial para que todos pudessem unir esforços e aperfeiçoar a raça conforme suas características oficiais. A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina foi fundada em 1951, com sede em Belo Horizonte. Hoje, todos os criadores da raça são responsáveis pela continuidade dessa história que ganha mais admiradores e se consolida a cada ano.
É o Campolina é sinônimo de força no lazer e no Brasil e no Mundo.